quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

COMPARTILHO


somos o que somos porque fomos antes ou, fumamos antes. não sei ao certo no momento, mas, certo é que amizade é como calça Lee, desbotada. A gente sempre usa ela, não importa o estado. Agora, falar da amizade é mais dificil do que falar de um desafeto eis que o desafeto, por ser desafeto, não tem qualidades que possamos defender, mas, amigo isso sim é coisa séria. Falar de um amigo é como a gente fosse falar da nossa mãe. Sim, daquela que é mãe mesmo e, como falar da mãe da gente sem encher a boca de orgulho, de estufar o peito e mostrar os dentes? Bem, amigo é amigo e não aquele cara que nos atende toda hora, que vive a servir ou até a pedir. Amigo é aquele que sabemos estar pronto para nos ouvir, para sentir conosco a dor compartilhando assim um momento cruel. Amigo então deveria se chamar de "compartilho", mas, na falta de minha presença ficou a definição deste ser divino como sendo então amigo. Sendo certo, como bem se sabe, que amigo é coisa de luxo, é o ultimo pedaço do bife, da ultima "garfada" no feijão com arroz e ovo frito. Amigo, melhor dizendo, compartilho não é aquele que nos dá o ombro para chorar, mas, sim aquele que fica triste depois da gente por não ter podido evitar a tragédia. E assim, fica aqui a foto não so de um amigo, mas de dois amigos e um é tão compartilho que na horinha virou o rosto, so para deixar o outro compartilho aparecer mais. Isso sim é amigo, ops, compartilho.

COISAS DA VIDA


Existem momentos onde o ser se deixa abater pelo cansaço em face da luta diária e, é neste momento que se livra da mazela que é a vida vivida. Bem, na verdade, diante da mais pura verdade temo que o sono é o preludio da morte como, alias, foi bem dito e, assim, o meu dileto amigo que aqui esta se deixa levar pelo limbo pelas mãos secas da gentil senhora. O semblante gera a lembrança de que se espera algo vindo sabe-se lá de onde e, o pensamento corre solto pelas vielas da escuridão que é a volta do sono. O que dizer, então, deste jovem guerreiro cujo repouso demonstra intensa batalha vivida dando-nos mostra de que se deu por vencido, não da batalha vivida, mas, sim em face do terror que é ficar acordado por horas e horas fazendo nada. Coisas da vida? creio que não, isso é coisa a toa.

O BAR



Foi assim, em um bar onde a historia veio surgindo, devagar e, na medida em que surgia as pessoas iam se aglomerando em volta da mesa. Mas, que historia era aquela onde o narrador não passava de um desconhecido, vindo sei la de onde e que, de uma forma estranha trazia consigo um carisma indiscutível. Falava ele de um tempo presente, de pessoas que não conhecia, mas, ao mesmo tempo, da forma que colocava as palavras ficava claro que os personagens se assemelhavam às pessoas que podíamos conhecer. Contava o narrador, entre um copo e outro de cerveja, que o ser humano, aquele que pessamos conhecer, busca através do sofrimento uma forma de se libertar sendo que, em primeiro plano o sofrimento é perseguido como se fosse uma forma de salvação como, se para se libertar, tivesse o homem de buscar na dor a recompensa pelos erros que cometeu, pelas omissões, por tudo que disse no ontem e no agora. Em segundo plano, a dor que advém do sofrimento não passa de um estado de consciência advindo da necessidade de se ter, de se poder, de querer ou de ter. Não fosse isso o progresso da humanidade seria bem diferente, ou seja, não fosse a necessidade do homem recompensar de alguma forma suas ações, a dor não estaria presente em nosso meio haja vista que os planos existentes se misturam, se confundem em um so plano e, em face da necessidade de sentir dor é que nossos olhos se tornam turvos em decorrência da bruma que nasce da intensa procura como se fosse a fumaça que deixa o corpo queimado, transformado em outro ser. Bem, como podem ver, o bar não é somente um bar.