segunda-feira, 28 de maio de 2007

ANTES E....

Existem momentos por esta vida que passamos onde, em uma fração de segundo muda-se radicalmente todos os nossos objetivos; nossos receios; a forma de sentir e, sobretudo, de doar. em um breve momento o antes separa-se do depois e, os valores adquiridos ao longo da existência são, de pronto, colocados à prova, ou seja, passamos a medir nossas atitudes em face de nossas necessidades e, assim, a brevidade do momento que antecede o depois pode ser o marco para a radical mudança de nossas vidas. o depois nunca nos deixa de parar de pensar qual o próximo passo a ser dado, os que antes nos cercavam passam ao largo como se olhassem para pessoas que antes não conheciam. tudo porque o momento que antecedeu o depois mudou a vida e, com ela caminhamos pela mudança afora. poderia até dizer que o momento nada mais é do que a fatalidade de se estar no lugar errado e na hora errada, de agir de forma típica quando, o certo seria deixar o momento passar, mas, não é possível prever o inevitável, desvendar o absoluto sentido da vida ou, até mesmo deixar de sentir para, não sentindo, deixar de encontrar o depois. assim é a vida. não, assim não é a vida uma vez que somos parte de um cenário divino, inquestionável e onde a luz é uma constante. diante, portanto, de tal premissa acredito que o depois pode ser evitado caso o ser humano acredite, ame e permita ser amado.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

ONTEM

O tempo, este inexorável aliado do fim, não me perdoa. as lembranças do passado são carregadas por ele de forma que, mesmo sem as querer, elas se fazem constantes como que querendo alimentar meu tempo presente. inegavelmente um paradoxo posso traçar entre o agora e o que ficou e, entre todas as coisas que senti nada mudou apesar das dores, dos ressentimentos, dos desencontros e, também do encontro que até hoje dura. o nada que mudou se refere não o que posso sentir, mas, sim ao que parte de meu interior; da forma de ver as coisas e, também de fazer alguma coisa. ontem, por exemplo, ainda não passou para quem não acredita que existe o amanhã e, viver no ontem ou o ontem nada mais é do que perpetuar a dor, pois, o ser humano é moldado pela dor enquanto que fora a dor, o que existe nada mais é do que momento de candura que cobre o ser estraçalhado com o fino manto do crêr em algo aplacando, desta forma, o sentimento de perda. Posso notar, então, que o tempo não anda sozinho estando com ele a dor, o medo e a esperança sendo que esta ultima, senhora que vem de muito tempo antes de qualquer sentimento, anda com seus companheiros para, desta forma fazer com que, mesmo sentindo ainda posso sonhar ou, até mesmo lembrar.

CILICIO

quero calçar-me de terra, quero ser a estrada marinha que prossegue depois do último caminho, assim disse Mia Couto, uma dos maiores poetas africanos. na verdade, prosseguir significa, ao meu sentir, continuar a jornada por este plano levando o que de resto conseguimos salvar de nossos relacionamentos; de nossos pensamentos; de nossas frustações e, sobretudo, de nosso querer. o passado, este cruel servo iníquo, serve de lastro para uma vazão maior do que fazemos na atualidade e, com isso, ao pensar que não iremos sofrer porque já sofremos, que não iremos chorar, porque nossas lagrimas secaram, somente nos colocamos diante daquilo que não é ser fruto de uma realidade divina, encapada pelo manto de uma carne que serve de cilicio para nosso espírito.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

E FOI ASSIM

e foi assim. não como eu esperava, mas, de uma certa forma penso que mesmo errado ou errando o melhor eu busquei e, provavelmente ai que ficou residindo o erro. na verdade, torna-se difícil lutar contra o inevitável sendo que diante do futuro incerto pouco posso fazer. certamente o tempo se encarregará de ajustar as coisas ao seu modo, não ao meu, pois, é certo que temo por errar mais e mais. o cansaço vem à tona e deita meu ser no emaranhado de minhas razões desconexas. se tenho medo? é claro que tenho eis que vejo-me sozinho, sem lado ou suporte para escorar minhas tristezas. não sei, na verdade, se acabou ou vai acabar e, somente posso, não lamentar, mas ficar triste, tão somente.