quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O LIVRO


Enquanto os dias vão passando, tais quais passaram os sonhos de quando eu era jovem, vivo uma vida sombria, repleta de imagens e seres sendo uns conhecidos e, outros nem tanto. A dor de meu interior se torna palpável, parecendo ter vida própria, pois, chega a transcender meu ser e, caminhando comigo impede que o sono, único bálsamo para minha amargura, chegue para anestesiar este meu corpo já esgotado. Assim, eu vou vivendo. Agora, acho bom dar uma pausa em minha vida para buscar no passado a razão de tudo que esta acontecendo. Bem sei que durante todo o tempo procurei fazer a coisa certa, ou seja, procurei sempre andar direito, falar direito, não peidar na presença de estranhos como, também, não cuspir na rua. Procuro definir, ou descobrir, que mal me atormenta, pois, bem sei que viver do passado é sofrer duas vezes, mas, no tempo em que procuro as repostas fico a imaginar que tudo que estou pensando e passando não passam de uma desvairada alucinação e que, nunca aconteceu. Ou aconteceu? Ainda não sei ao certo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

AMOR

Como se sabe, o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; na janela que se abre, na janela que se fecha; sendo que, às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido como, diga-se de passagem, é o caso daqueles que em nada acreditam.