terça-feira, 11 de janeiro de 2011

AMOR

Como se sabe, o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; na janela que se abre, na janela que se fecha; sendo que, às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido como, diga-se de passagem, é o caso daqueles que em nada acreditam.