sábado, 17 de agosto de 2013

O MEDO É O GIGANTE DA ALMA






....é inegável a existência de um vínculo afetivo e sexual, que perdurou, de forma intermitente, por algum tempo e, pode-se dizer que existiu um amor intenso, dramático e, muitas vezes exasperado.

Se o amor era assim sentido por ambos, não se sabe.

Não há uma linha escrita pela mulher a expressar tanta paixão. Mas o marido, que é homem extrovertido, passional, externou, por mil modos, o que sentia e o quanto sentia.

Não há como percorrer a vida vivida dos dois seres que estão agora prontos a darem um fim à uma união onde existiram juras de amor eterno, suor, lagrimas, alegria e, agora, somente existe, ao que parece, o rancor por parte da cônjuge varoa.

Não há como iniciar a presente ação sem trazer à tona os restos mortais desse amor com a sensação sentida por aquele que chegou a ver a versão filmada de Shakespeare, in Ricardo III. 

Vejamos:

Depois da batalha travada apelo domínio da França, o monarca vencedor percorre a pé o campo da luta. O prado transformou-se num lodaçal, a chuva cai sem cessar. No solo, bandeiras, restos fumegantes de carros de combate, cavalos mortos, estandartes estraçalhados, feridos que clamam por atendimento e milhares de mortos.

Dentre estes, nobres, amigos, parentes, servos rapazes ainda imberbes que lutaram por um ideal para eles inatingível. O rei toma nos braços o corpo de seu melhor amigo e com ele completa a caminhada. Não há diálogos e, o rei sequer monologa.

Mas, creio que, ao longo do percurso, uma pergunta o monarca não cessou de fazer a si mesmo: valeu a pena?

Os personagens deste drama judiciário ai estão, felizmente, vivos e em condições de voltarem a amar.

E certamente devem perguntar quando sozinhos, ou melhor, quando acompanhados da solidão, diante da exposição quase pública das vísceras desse amor, se valeu a pena o desamor.

Digo, e se assim ouso dizer, é porque este advogado já sofreu as dores do amor como, diga-se de passagem, todo aquele que acredita no amor um dia sofreu que, seria melhor que tudo terminasse com a grandeza do imortal Augustim Lara, na mansão que ergueu para ser o templo da consagração de seu amor pela belíssima Maria Felix sendo que, ele percebeu um dia, ao café da manhã, um “rictus” de desprezo no rosto amado. Levantou, subiu as escadarias de mármore, foi ao banheiro, colocou a escova de dente no bolso e nunca mais voltou.

Acredito que para ambos seria melhor tivesse acontecido isso e, o drama aqui vivido muito embora por personagens diferentes chega a ser quase o mesmo, pois, com a saída da esposa do lar conjugal, quando seu marido ali não estava; levando consigo a filha menor do casal e alguns pertences bem como alguns móveis que guarneciam a casa de morada por si já injuriou o cônjuge varão.

Casados porem distantes permitiram que a sombra se alastrasse entre eles, separando-os e a esposa rancorosa passou a fazer da vida do marido um momento de tortura, envolvendo-o com o cilício.

Passou a ameaçar o ex-companheiro no sentido de que iria até seu local de trabalho para lá, colocando em praça pública seus temores, causar a maior confusão a fim de que fosse ele demitido.

Durante o casamento a relação veio a se sentar sobre um bloco de gelo e, onde antes existia amor e promessas, passou a existir o descaso, a desconfiança e as palavras cruéis que acabaram por levar o casal à uma separação de fato.

Nenhuma razão mais existe para o casal viver sob o pálio do casamento haja vista que o fogo do amor se apagou e, onde existia o respeito existe hoje a desconfiança e a falta de compromisso da cônjuge varoa para com a vida de casada.

É certo dizer que, para quem tem medo e nada se atreve, tudo é ousado e perigoso. É o medo que esteriliza nossos braços e cancela nossos afetos; que proíbe nossos beijos e nos coloca sempre do lado de cá do muro. Esse medo que se enraíza no coração – principalmente da mulher - impede-a de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada e o desconhecido sempre uma armadilha a ameaçar a ilusão de segurança e certeza.

O medo é o grande gigante da alma, é a mais forte e mais atávica das nossas emoções, pois, somos educados para o medo, para não ousar e, no entanto, os grandes saltos que demos no tempo e no espaço, na ciência e na arte, na vida e no amor, foram transgressões e somente a coragem lúcida pode trazer o novo e a paisagem vasta que se descortina além dos muros que erguemos dentro e fora de nós mesmos.

O que dizer então do casamento que está prestes a ter suas cláusulas suspensas até a decretação do Divórcio?

Bem, a conduta da esposa durante o tempo em que permaneceram juntos se tornou fria e esta, por sua vez, deixava a criança na casa da avó paterna, à noite, para sair do lar deixando, inclusive, seu marido.

Tal atitude, levada a efeito somente foi entendida como sendo uma afronta aos sagrados deveres do matrimônio e o marido, por sua vez, agiu tal qual Maria Antonieta que, ao subir no cadafalso, já tendo galgado o ultimo degrau, para e olha para trás, como se buscasse na platéia atônita por ver tanta coragem, pelo menos um olhar de amor, mas, aqui ele nada viu quando olhou para trás e, somente encontrou o desamor.

Pode-se até dizer que em decorrência de culpa exclusiva por parte da cônjuge varoa a separação de fato aconteceu mesmo porque, se necessário será provado, foi ela que simplesmente partiu,

Com a partida o lar se viu desfeito fazendo com que o cônjuge varão procurasse a casa de morada de sua mãe como asilo, pois, não tendo onde ir e, sobretudo, atônito em face da atitude levada a efeito pela antiga companheira procurou no regaço daquela que lhe deu a luz e o norte para o novo rumo que doravante passou a surgir.

Certo é que razão não existe para a continuação do casamento devendo, agora, o casal velar pela única filha que, pode-se dizer, é o resultado bom de uma relação atormentada pela desconfiança da esposa, pelas saídas desnecessárias desta, pelas afrontas cometidas contra o marido e, sobretudo, pela falta de amor para com este.
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O MAL

O MAL

é preciso que se conheça a essência da maldade e, na intenção de travar uma batalha com tal figura, faz-se mister que o homem esteja preparado para o imprevisível. Nesse sentido, para além do bem e do mal, lembramos a todos que irão enveredar por esse caminho o alerta feito por Nietzsche quando disse: “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo também olha para dentro de você”.
Nesse sentido, finalizamos esse momento com a frase de uma vítima que sobreviveu ao assedio de um psicopata que lhe arrancou os olhos com as mãos: "Somos humanos porque nos esforçamos para sê-lo, porque lamentamos o sofrimento que podemos causar ao outro, porque nos angustiamos ante as incertezas da vida e buscamos dar um sentido a nossa existência. Somos vulneráveis e dependentes de muitas coisas, mas somos dotados de coração e coragem, algo que um psicopata nunca possuirá."

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O AMOR

...digo, e se assim ouso dizer, é porque este advogado já sofreu as dores do amor como, diga-se de passagem, todo aquele que acredita no amor um dia sofreu e que, seria melhor que tudo terminasse com a grandeza do imortal Augustim Lara, na mansão que ergueu para ser o templo da consagração de seu amor pela belíssima Maria Felix sendo que, ele percebeu um dia, ao café da manhã, um “rictus” de desprezo no rosto amado. Levantou, subiu as escadarias de mármore, foi ao banheiro, colocou a escova de dente no bolso e nunca mais voltou.
E assim é, enquanto nos deparamos com seres que se embrenham na escuridão, fazendo das dores sentidas um turbilhão de problemas que, ao ver dessas pessoas, parecem insolúveis, melhor seria que buscássemos o consolo da solidão do que as duras penas de um embate que nunca leva a nada. 
Bem sei que é difícil economizar sentimentos quando o coração é tocado pela lança cruel daqueles que nos fazem mal, mas, o que importa o momento de dor desse coração dilacerado em relação aos dias que teremos pela frente?
O que importa a satisfação de nosso mais profano sentimento de vingança quando, independente do que fizermos o dia, amanhã, terá o sol banhando essa terra de Deus?
Poderia dizer que, a vingar, me sentiria confortado mas, daí vem o engano haja vista que a vingança é uma senhora que não possui laços afetivos conosco, humanos. Certamente, com o passar dos dias essa senhora nos deixará e, nesse momento, saberemos que teria sido melhor subirmos a escada. 
Digo isso, meus queridos e queridas migos e migas, por que a dor possui diversas faces sendo que ela sempre estará conosco diante de nossa condição de seres humanos em busca do progresso, pois, não existe acensão sem sofrimento. A felicidade, poderiam me perguntar, onde fica nessa jornada? Então, posso lhes afirmar que a felicidade nada mais é do que um momento, um estado de espirito onde, para a conseguir devemos estar em harmonia com nosso corpo e nosso espírito. Já a vingança, o embate, advém de nossa formação moral, de nossa criação e, sobretudo, advém de nosso compromisso com o futuro de prosseguirmos sempre em direção à Luz. 
Daí, lhes digo, subam as escadas. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Queen - Somebody To Love



Se pudéssemos voltar no tempo queria muito ter assistido mais shows de rock e, sobretudo, mentido menos, errado mais, amado muito mais é claro. Todavia, de forma inexorável, o tempo me leva e, não que me importe com isso, mas, bem que poderia existir uma hora do recreio onde tudo parasse e, tivéssemos tempo de arrumar a casa, balançar a poeira ou, até mesmo dar uma boa espreguiçada. Bem, impossível concorrer com esse migo, o tempo e, daí resolvi caminhar não atras dele, mas, ao seu lado e, com isso vou aprendendo na ânsia de continuar errando não na esperança de um dia acertar, mas, sim a fim de que eu me lembre que sou humano e, não perdi ainda a humanidade. 

VOLTEI

É assim. No decorrer dessa vida louca que vivemos passamos por esquinas sem ao menos nos darmos conta de que existem pessoas que caminham conosco. Umas nada dizem e, somente fazem número a fim de que saibamos que não estamos sozinhos nesse plano. Outras, por serem entidades que conviveram em nossa vida no passado, nos tocam tanto que é impossivel não saber que existem. Ironicamente nasceram ou vivem distantes, mas, chegam a serem tão importantes que quase podemos tocá-las. Todavia, mesmo no meio desse murmurinho, dessa quantidade de pessoas à nossa volta estamos lamentavelmente sós. Indubitavelmente nossa jornada realmente tem, como companheira, a solidão. Ou melhor, minha jornada tem, como companheira a solidão. Agora,  depois desse tempo todo longe creio que estarei mais presente e, se não caminhei mais por estes lados foi em face da existência das benditas esquinas.