segunda-feira, 16 de abril de 2007

APOLOGIA A SOCRATES, by Nani

A ciência e a religião não estão em desacordo
É que a ciência ainda é muito jovem para compreender...

Porque talvez para entender que os grandes feitos e as grandes mudanças da humanidade acontecem em decorrência de uma serie de acontecimentos, é necessário começar pelo fim.

Pois só depois de encerrado a grande obra divina é que podemos vislumbrar seu resultado das escolhas feitas pelos homens.

Entende-se como obra divina tanto as grandes mudanças sofridas pela humanidade (cataclismos, guerras, pestes, mudanças de pensamento e conduta) quanto o inicio e o final de cada dia (o nascer e o por do sol).

Sendo assim Sócrates morreu.

Morreu deixando a certeza que muitas das vezes não contemplamos nessa vida a diferença ou a importância que tivemos, pois morreu sem saber que varias gerações o teriam como fonte de inspiração, que fariam de seus escritos bases para formação de novos pensadores. Morreu em duvida, sem saber se a morte era melhor que a vida. Porém morreu acreditando em Deus e em seus desígnios.

Como homem de bem que foi, um sábio, talvez o mais sábio entre os sábios, Sócrates tinha a certeza que nada sabia, e pelo fato disso saber é o que mesmo se tornou sábio.

Foi essa a causa de seu julgamento. Isso foi o que o levou a morte.

Ter a certeza que de apesar de muito saber, ainda assim existia muito que aprender. Foi sua indignação perante aqueles que se dizem sábios que o levou a morte. Pois não existe homem de bem que não se indigne frente a aqueles que se acham como legítimos detentores do saber, sem no entanto, compreender que por mais que se viva mil vidas, nunca será suficiente a aquisição de conhecimentos. Mesmo porque um sábio não é o que é, pelas coisas que sabe estar escrita em livros. Um sábio assim o é, por compreender a natureza divina do homem e através de uma vida buscar o encontro com a divindade. Portar-se não de acordo com regras pré-estabelecidas e muitas vezes ultrapassadas da sociedade, mas sim com as regras do coração.

A bem da verdade, somente o tempo é que muda. Os homens, seus sentimentos, suas propostas e o querer, ao que parece, continua na mesmice.

Nos deparamos com homens, ocupando cargos de projeção, formadores de opinião que são vilipendiarem o que de bom existe na sociedade, minando o coração dos jovens com sentimentos vis, desacreditando o Poder Judiciário e, levando-nos a acreditar que o mal deve ser uma constante forma de vida.

Não pode ser bem assim. Existem sentimentos de rejeição que batem de frente com o mal e, o homem de bem, aquele que sente vergonha quando lê as noticias estampadas em nossos jornais relacionados a Juízes corruptos, delegados que compartilham do crime, políticos que não legislam, deve acreditar que este não é o mundo certo.

O certo é o aqui presente, no dia a dia trabalhado, na conta que não foi paga, no bom conselho ao filho, no apoio ao amigo. Isso sim é viver.

O resto, bem, o resto é o mal e, contra o mal existe sim remédio que nada mais é do que preservar conceitos éticos e, lutar sempre apesar da dor.