quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O BAR



Foi assim, em um bar onde a historia veio surgindo, devagar e, na medida em que surgia as pessoas iam se aglomerando em volta da mesa. Mas, que historia era aquela onde o narrador não passava de um desconhecido, vindo sei la de onde e que, de uma forma estranha trazia consigo um carisma indiscutível. Falava ele de um tempo presente, de pessoas que não conhecia, mas, ao mesmo tempo, da forma que colocava as palavras ficava claro que os personagens se assemelhavam às pessoas que podíamos conhecer. Contava o narrador, entre um copo e outro de cerveja, que o ser humano, aquele que pessamos conhecer, busca através do sofrimento uma forma de se libertar sendo que, em primeiro plano o sofrimento é perseguido como se fosse uma forma de salvação como, se para se libertar, tivesse o homem de buscar na dor a recompensa pelos erros que cometeu, pelas omissões, por tudo que disse no ontem e no agora. Em segundo plano, a dor que advém do sofrimento não passa de um estado de consciência advindo da necessidade de se ter, de se poder, de querer ou de ter. Não fosse isso o progresso da humanidade seria bem diferente, ou seja, não fosse a necessidade do homem recompensar de alguma forma suas ações, a dor não estaria presente em nosso meio haja vista que os planos existentes se misturam, se confundem em um so plano e, em face da necessidade de sentir dor é que nossos olhos se tornam turvos em decorrência da bruma que nasce da intensa procura como se fosse a fumaça que deixa o corpo queimado, transformado em outro ser. Bem, como podem ver, o bar não é somente um bar.

Nenhum comentário: