quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

SER TRISTE


Ao buscar o acerto acredito que necessariamente não é preciso errar, mas, sim admitir que não estamos sozinhos e que ao nosso lado existe um ser, como eu ou, até mesmo como você que esta lendo estas linhas. Creio ser necessário que o outro ser entenda do amor, da possibilidade de amar quem está próximo, de perdoar, de querer perdoar, de ser sensível à possibilidade de que o outro ser pode estar querendo acertar. É assim mesmo, o progresso não se dá quando estamos sozinhos uma vez que as possibilidades de erro e de acerto, em estando sozinho, do homem se diminuem o bastante para estagnarem a chama da vida. Disse antes que o ser humano não precisa necessariamente sofrer para se ver livre sendo certo, todavia, que o sofrimento, pelo que vejo, é inerente à vontade ou à capacidade de escolha. O sofrimento é como um ser vivo, latente, que caminha ao lado da humanidade espreitando o momento certo para ingressar na vida, pois, ao que parece depende ele, o sofrimento, do momento certo para sair de seu mundo de inércia. O momento certo, então, será aquele onde a incompreensão existe, o egoísmo supera a capacidade de doar e, sobretudo, será aquele onde o ser humano deixa de acreditar que é parte da centelha divina. Triste é então o momento seguinte, após a imposição do sofrimento pelo sofrimento e, triste será nos vermos querer mudar o momento passado, recolher a palavra dita, o gesto impensado e, sobretudo, triste é sabermos que não estamos sendo ouvidos e, se estamos, nossa voz nada representa ou representou. Daí vem a insegurança, momento seguinte da tristeza e, é este o pior momento onde a sobra da árvore da dúvida cobre nossa vida com seu manto sombrio. O que fazer? Deve o ser humano buscar no Ser Supremo a segurança perdida ou abalada? Esperar que a vida repare o momento ofuscado pelo egoísmo ou pela falta de amor ou, simplesmente perdoar e nos equipararmos ao Ser Supremo? Creio, pois, que a dor é vida, latente, que se encontra não no ser humano, mas, ao seu lado à espreita do momento para se fazer presente e, assim, eliminar a dor será o mesmo que eliminar a vida sendo que, penso eu, deve o ser humano conviver com a possibilidade de que encontrará, mais cedo ou mais tarde, a dor e, quando a encontrar deve se preparar para encontrar também a tristeza e, com isso não me conformo eis que para vivermos uma vida não precisamos ficar tristes ou sentir dor, precisamos sim amar mais, perdoar mais, acreditar mais e, sobretudo, entendermos que ao nosso lado habita não o sofrimento, mas, sim um ser que veio conosco para nos ajudar ou ser ajudado no caminho rumo ao final.